janeiro 07, 2006

Aprender e ensinar matemática

De vez em quando lê-se ou ouve-se que "as crianças jogam demais com os jogos vídeo, consolas, etc e não dão atenção à escola, às aulas", etc. Aquela lamúria ignorante e que não pensa.
Pela mão de James Paul Gee (que nos tem habituado a perspectivas claramente inovadoras na forma de encarar a aprendizagem, veja o livro recente Situated Launguage and Learning), vem um curto artigo com o título
The Classroom of Popular Culture: What video games can teach us about making students want to learn publicado em Dezembro na Harvard Education Letter em que Gee pega na fabulosa atenção que as crianças e os jovens dão aos jogos e explica de forma muito simples o que é que a escola e as aulas não oferecem aos alunos e interroga assim a eduação que se faz nas escolas.

Bom para todos (escusado recomendá-lo àqueles que teimam em ver o ensino como o centro dos problemas da educação).

janeiro 06, 2006

Recontextualização



As ilusões de óptica (obrigado Teresinha pelas referências) levam-me sempre àquela reflexão do que as coisas são e do que parecem ser. Durante o dia de hoje, ao escrever um paper (para um congresso em Praga no próximo Verão) sobre os processos de reconstextualização dos saberes quando são tomados do seu campo de produção e levados em outras formas para a escola, não pude deixar de me lembrar do triste episódio do artigo do Expresso que me condena à fogueira e de tomar ainda mais consciência da ignorância, da iliteracia e da incapacidade de pensar nas coisas simples como essa demonstrada não só pelo jornalista mas também por aqueles que com ele fizeram um coro espúrio e oportunista com medo não sei de quê. Basil Bernstein dá-nos ferramentas muito potentes para este tipo de análises. E mostra como a matemática escolar está não só longe de ser matemática como requer que seja pensada de forma diferente. (ver por exemplo o Projecto ESSA)

janeiro 05, 2006

Vão mudar a fralda?

Desmontar o Natal é uma expressão que nestes dias corre. Hoje desmontei o Natal na minha casa. Isso significa várias coisas, entre elas comer os restos dos doces de ovos e das mousses que ficaram no frigorífico.
Ao desmontar o Natal, o meu neto (quase 3 anos feitos) olhou agora com mais atenção o Menino Jesus e perguntou: "Vão mudar a fralda?"

janeiro 04, 2006

A percepção das coisas

A percepção das coisas é algo que continuo a acreditar que tem uma dimensão muito importante de construção social. O Rodney (na foto) é um robot (com uma história muito interessante) que consegue perceber objectos. Fica-me sempre a pergunta: que significado dará à maçã que está a ver em cima da mesa?

janeiro 03, 2006

Não deitar a língua de fora?

Aprendemos rapidamente a não deitar a língua de fora. Muito rapidamente.
Afinal o que significa deitar a língua de fora? que significado se quer marcar com isso? que significado tem isso em relação à linguagem, ao não dito? e porque é que se acha que as crianças devem aprender a não deitar a língua de fora?

janeiro 02, 2006

Onde estão que não os vejo?


Onde estão os pontos negros (que os vejo brancos)?

Às vezes dou-me conta que as coisas estão mesmo ali à minha frente e não as vejo, só vejo o que quero ver. Mas quando me apontam o que não vejo (não quero ver) mostram-me o caminho do ver. Ver. É isso. E não calar.

janeiro 01, 2006

Passar o ano com o Cirque du Soleil

Na Dois, o Cirque du Soleil em La Nouba, um espectáculo incrível fez que nem desse conta da passagem de ano. Inacreditavelmente belo. Forma de vida fascinante. Talvez noutra vida.

Vale a pena espreitar o site. Em particular o espectáculo Zumanity.