dezembro 13, 2004

Como as aranhas...

As estratégias que as aranhas usam para caçar as suas presas (que são o seu alimento de facto) é das coisas mais interessantes de observar. É colocar a "rede" (a situação) e esperar que os outros venham até ela. E vêm.

Resta saber porque é que vêm. Que a estratégia é boa (para as aranhas) sabemos. Mas para os humanos não é tão típico nem tão certo. Nem tão seguro. É o "cá calharás". Alguns ficam à espera que a "coisa" venha mas a "coisa" passa-lhes ao lado. Sucessivamente. É uma forma de vida interessante mas arriscada. E embora possa compensar. E acho que dá pouco gozo. As aranhas não têm aspecto de gozarem muito nesta vida. Mas os professores universitários também não.

dezembro 12, 2004

A categorização das coisas

Fiambre de um lado, chouriço do outro.
Temos a noção de que as "coisas" precisam de estar "arrumadas" em categorias. Os bons e os maus, os altos e os baixos, os inteiros e os fraccionários, os progressistas e os reaccionários... Muitas vezes as estruturas auto-semelhantes (belas mas misteriosas) contrariam aquela necessidade.

Os matemáticos têm para si que definir é categorizar. E isso facilita a construção de edifícios "coerentes". Claro que esta coerência não passa de um ponto de vista. Que o digam os especialistas da fuzzy mathematics. Não é preciso dizer que vem esta conversa a propósito do pedido de demissão do Primeiro Ministro e do seu governo e daquilo que nas vésperas alguns ministros disseram. Quem leu a entrevista da Ministra da Educação na semana passada percebe porque é que às vezes temos que concordar que o melhor e o mais seguro é mesmo "categorizar" as pessoas chamando-lhes os nomes adequados.