janeiro 14, 2006

Humor negro... muito negro

Sempre me seduziram as teorias da conspiração. Não sei se é a crença de que existe alguma coisa acima do comum dos mortais à espreita, a preparar o que vai acontecer a seguir, que nos faz crer que não vale muito a pena tentar evitar alguns futuros que estão já traçados. E isto vem a propósito dos últimos acontecimentos (agora) no Irão. E encontrei algum parentesco com isso neste poster sobre o Afeganistão (de há uns anos) a roçar o humor negro.

janeiro 13, 2006

Adoptar

janeiro 12, 2006

Hypnerotomachia Poliphili

Na leitura do livro A Regra de Quatro (em que o livro Hypnerotomachia Poliphili tem um protagonismo essencial) invadiu-me uma sensação de gozo do saber, da desocultação de segredos enterrados por outros sem grande esperança de que alguma vez viessem a ser encontrados. Essa noção de despojamento e não visibilidade encantou-me. Hoje.

Hoje também descobri em minha casa cinco livros do "ensino primário" do século passado (muito passado): Geometria de 1925 de Eduardo Andrea (com capa desenhada por Leitão de Barros) e a Aritmética de Abílio Fernandes (Professor da Escola nº71 da Cedofeita) de 1902. Apetece-me divulgar algumas curiosidades deste livros (em que Aritmética se define na 1ª página como "a sciência dos números e suas combinações".

janeiro 11, 2006

Onde está o insucesso da escola?

Ainda ontem li no Público notícias a dar conta do "insucesso escolar" e mais uma vez a lamentação de que "estamos na cauda da Europa" em termos de rankings.
Também li que os benefícios sociais vão diminuir (menores reformas), que a Ecco vai ser deslocalizada para outras paragens onde a mão de obra seja mais barata, etc etc etc. Mas as pessoas não me parece que reajam muito. O que me leva a concluir que o poder de conformação que a escola tem inculcado nas pessoas (e continua na mesma desde há muitos anos) está a resultar. Noutros países (veja-se alguns exemplos recentes em países da América do Sul) a reacção é bem diferente.

Afinal onde está o insucesso da escola? Quem não está satisfeito com a escola que temos?

janeiro 10, 2006

Votar nos gordos?

A ideia de que os sentidos de voto são muito infuenciados por elementos pouco perceptiveis e inerentes à linguagenm corporal que (mesmo sem querer) lemos nos outros (que também muitas vezes sem querer comunicam mensagnes importantes) já tinha encontrado nas leituras sobre body language. E na minha vida diária tenho observado isso (na instituição em que trabalho, nos círculos profissionais).
Mas a leitura explícita da postura corporal (que tem muito que ver com o índice de massa gorda) dos candidatos à Presidência da República não tinha sido ainda clara para mim. A História recente sugere que, em tempos de maior optimismo, maior abastança (ou pelo menos maior consumo), menos preocupação, os Portuguese votam nos candidatos mais nutridos, com um aspecto mais próspero fisicamente (qual projecção do seu entir). Em tempos de crise, de angústias laborais (desempregop, insegurança) os Portuguese votam mais em candidatos de aspecto mais austero, mais magros, mais encovados (seja por que razão for).

Na actual conjectura esta leitura pode ser preocupante (como é preocupante saber, de acordo com as sondagens, que Cavaco Silva poderá ganhar à primeira volta com quase 60% de votos expressos). Por isso, toca a ser mais optimista e votar. Mas votem nos gordos!

PS1: Daqui a alguns dias vou falar aqui mais de body language e dar algumas sugestões de recursos.
PS2: Para uma visão externa com uma apreciação crítica interessante da situação das eleições presidenciais ver por exemplo o
World Socialist Web Site.
PS3: Obrigado Mada pela dica dos gordos.

janeiro 09, 2006

O Bambi...

Revi hoje com o meu neto ao colo algumas cenas do Bambi (agora em video clips na internet). Depois de muita insistência de visitas aos sites do Homem Aranha e do King Kong (por sinal excepcional este último), virei as agulhas para o google e fomos visitar velhos filmes de animação.
Ao vermos em conjunto os clips do Bambi (no original depois de recuperado e tratado digitalmente), é impressionante como as imagens, os cheiros, as sensações de infância nos ficam gravadas. Uma noite inesquecível de autêntica regressão a outra vida. Obrigado JP.

janeiro 08, 2006

As certezas...

"A ideologia da certeza designa uma atitude relativa à matemática. Refere-se a um respeito demasiado pelos números. Esta ideologia reclama que a matemática, mesmo quando é aplicada, dará origem a soluções correctas que são seguras por via da sua certeza matemática. A "certeza" da matemática (pura), seria de algum modo transferida para a "certeza" das soluções dos problemas. A matemática é assim entendida como a ferramenta adequada para resolver uma variedade de problemas quer do dia-a-dia quer de natureza tecnológica. Este princípio tem raízes óvias numa corrente da filosofia da matemática mas também na matemática escolar (da sala de aula). A ideologia da certeza representa um elemento dogmático que é alimentado em geral pelo ensino da matemática, mas não (espera-se) por todas as suas formas". (Skovsmose, 2005, p.48).

Esta é uma citação do livro recente de Ole Skovsmose (traduzida por mim) Travelling Through Education: uncertainty, mathematics, responsibility (Editora Sense Publishers) que inicia um capítulo sobre a Matemática em Acção em que o autor reflecte sobre a ideologia da certeza e a realidade virtual criada com uma visão dogmática da realidade assente em pressupostos rígidos acerca da bondade da matemática. Para não deixar de ler. E reflectir no que fazemos como educadores e professores de matemática nos dias de hoje.

Mais uma vez historicamente nos vemos confrontados neste data com desafios na acção e na política de curto prazo com conceitos, representações, intencionalidades, no campo da educação e da formação, que parecendo por vezes convergir, traduzem filosofias, teleologias, e sentidos contraditórios. Como ultrapassar tal confronto?*

*Pedi este parágrafo emprestado a Teresa Ambrósio em A Complexidade da adaptação dos processos de formação e de desenvolvimento humano, in Formação e Desenvolvimento Humano: Inteligibilidade das suas Relações Complexas, MCX/APC-Atelier nº34, 2004, p.32.